Às vezes, alguma pessoa ou livro me faz redescobrir o não em mim. O não, você ainda não está pronto, o não, você não entende tanto quanto gostaria. E vejo que meu entendimento nada mais é que alguns punhados de referências, palavras-chaves ditas em momentos oportunos, conhecimentos que não sabem se conectar uns com os outros senão grosseiramente. É pegar um entendimento meu, aproximar com zoom e ver que em vários pontos as tessituras estão sem elos, que as lacunas são vergonhosas, que são várias manchas num pano branco, sem unidade. Mas isso de maneira alguma me aflige ou me promove uma piedade de mim mesmo. Dá sim uma força imensa, uma vontade de poder, um sentido de vida que quer ser vivida para empreender os laços que faltam. E é imprescindível buscar tudo ao redor para entender – a História, as Artes, a Filosofia, as conversas de bar, as tonalidades do amanhecer. Entender é notar como se mover a si próprio por entre as coisas, é saber se posicionar na ordem de todos os outros movimentos existentes. A metade do eu de um homem é o mundo inteiro. Se ele quer se entender, que entenda todo o resto. Já dizia o "conhece-te a ti mesmo" do helenismo, que não é só um saiba quem você é, mas um saiba qual o seu lugar no cosmos, enquanto homem. Que segue.
sábado, 7 de junho de 2008
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2 comentários:
queria me entender como Saulo entende a ele.
Entender é algo realmente complicado. sorte é ter amigos que ajudam a gente a manchar todo o paninho.
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